segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Nossas Mortes
" A gente tem mesmo é que aprender a morrer
todos os dias e renascer quando a manhã se
avizinha , antes que o sol nos flagre no
processo . A gente tem que fazer e tentar
escamotear o coração que anda aos pedaços ,
cansado dessa ciranda desgovernada .
( ...)
Eu já morri muitas vezes .
Tantas , que já perdi a conta .
(...)
Sou calejado nesse ofício .
Sei morrer como ninguém .
E renasço adiante .
Um pouco machucado , o passo vacilante ,
mas logo me aprumo .
É preciso morrer , senão a vida acaba
antes de começar .
( ...)
Termino com as palavras de Gore Vidal .
É o fim de seu romance Juliano e eu
o trago comigo, porque essas palavras
aquecem minha alma e me fazem acordar
novamente com esperança :
" A luz se foi e agora nada mais me
resta a não ser esperar por um novo
sol , um novo dia , nascido do mistério
do tempo e do amor do homem pela luz ."
Miguel Falabella ,
in " Vivendo em Voz Alta "
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