imagem da " net "
" Coleciono alguns guardados preciosos que ,
quando eu morrer , serão jogados fora ,
porque só fazem sentido para mim .
A memória material deles começa e
acaba em mim .
Só a mim eles emocionam .
Só eu lhes estimo o valor .
Mas algo me diz que , em qualquer casebre ,
apartamento ou mansão ,
haverá sempre uma caixa ,pasta
ou gaveta onde se esconde aquele papel de
bala - que foi desembrulhada no cinema ao lado
de quem nos despertava paixão .
Ou o desenho da família mal colorido
por fora ,os bonecos de olhos esbugalhados ,
cabelos espetados de quem levou
um choque elétrico e os garranchos
" eu , papai e mamãe ."
Ou a rolha do champanhe de um Ano-Novo
especial , o convite de formatura da afilhada ,
o ingresso para aquele musical com o número
da poltrona 03 .
Ou o santinho de papel com a imagem de
Nossa Senhora de Fátima
e que ninguém entende
como foi parar ali , porque o falecido era ateu .
Fico cismando : o que aconteceria se nos fosse
possível somar todo o amor que há nessas
mínimas memórias guardadas em silêncio
nos fundos das gavetas do mundo ? "
Francisco Azevedo ,
in " O Arroz de Palma "
Olá Marisa! As memórias... São cada vez com a gente, lembra-nos que não podemos esquecer os belos momentos que vivi.
ResponderExcluirUm belo dia! Com respeito.
Cristian, quem não guarda algum objeto que releva belos momentos vividos , não é ?
ResponderExcluirFico contente com sua visita .
Grande abraço.