sábado, 5 de outubro de 2019

MIA COUTO

Duy Huynh 

" Para sempre me ficou  este abraço .
Por via desse cingir  de corpo minha vida se mudou .
Depois desse abraço , trocou-se , no mundo ,
o  fora pelo dentro .
Agora , é dentro que tenho pele .
Agora , meus olhos se abrem  apenas para as funduras 
da alma .
Nesse reverso , a poeira da rua me suja é o coração .
Vou perdendo noção de mim ,vou desbrilhando . 
E se eu peço que ele regresse  é para sua mão peroleira 
me descobrir ainda cintilosa por dentro .
Todo este tempo madreperolei , me enfeitei de lembrança.

in , " Na berma de nenhuma estrada "  

Som  na  caixa ...