quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Pessoa , sempre ...



" Quem me dera eu fosse o pó da estrada

E que os pés dos pobres me estivessem pisando ...


Quem me dera que eu fosse os rios que correm

E que as lavadeiras estivessem à minha beira ...


Quem me dera que eu fosse os choupos à margem

do rio

E tivesse só o céu por cima e a água por baixo


Quem me dera eu fosse o burro do moleiro

E que ele me batesse e me estimasse ...


Antes isso que ser o que atravessa a vida

Olhando para trás de si e tendo pena ..."



Alberto Caeiro

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