Christiane Vleugels
" Quando eu morrer, não digas a ninguém
que foi por ti.
Cobre o meu corpo frio com um desses lençóis
que alagámos de beijos quando eram outras horas
nos relógios do mundo e não havia ainda quem soubesse
de nós; e leva-o depois para junto do mar, onde possa
ser apenas mais um poema - como esses que eu escrevia
assim que a madrugada se encostava aos vidros e eu
tinha medo de me deitar só com a tua sombra.
Cobre o meu corpo frio com um desses lençóis
que alagámos de beijos quando eram outras horas
nos relógios do mundo e não havia ainda quem soubesse
de nós; e leva-o depois para junto do mar, onde possa
ser apenas mais um poema - como esses que eu escrevia
assim que a madrugada se encostava aos vidros e eu
tinha medo de me deitar só com a tua sombra.
Deixa que
nos meus braços pousem então as aves
(que, como eu, trazem entre as penas a
saudades
de um verão carregado de paixões).
E planta à minha volta uma fiada
de rosas
brancas que chamem pelas abelhas,
brancas que chamem pelas abelhas,
e um cordão de árvores
que perfurem a noite - porque a morte deve ser clara
como o sal na bainha das ondas, e a cegueira sempre
me assustou (e eu já ceguei de amor, mas não contes
a ninguém que foi por ti).
que perfurem a noite - porque a morte deve ser clara
como o sal na bainha das ondas, e a cegueira sempre
me assustou (e eu já ceguei de amor, mas não contes
a ninguém que foi por ti).
Quando eu morrer,
deixa-me a
ver o mar do alto
de um rochedo e não chores,
nem toques com os teus lábios a
minha boca fria.
E promete-me
que rasgas os meus versos em pedaços tão pequenos
como pequenos foram sempre os meus ódios;
que rasgas os meus versos em pedaços tão pequenos
como pequenos foram sempre os meus ódios;
e que depois os lanças
na solidão
de um arquipélago e partes sem olhar
para trás nenhuma vez:
para trás nenhuma vez:
se
alguém os vir de longe brilhando
na poeira, cuidará que são flores que o vento despiu,
na poeira, cuidará que são flores que o vento despiu,
estrelas que se escaparam das trevas,
pingos de luz, lágrimas
de sol,
ou penas de um anjo que perdeu as asas por amor. "
ou penas de um anjo que perdeu as asas por amor. "
in , " O canto do vento nos ciprestes "
Som na caixa ...
Marisa,Parabéns,não encontro palavras que possam expressar o quando gostei de seu texto.
ResponderExcluirEstou emocionado.
Parabéns
Sinval
Sinval ,
ExcluirMe agrada bastante a escrita da Maria do Rosário Pedreira . Sentimentos á flor da pele .
Bom que tenha gostado ,amigo .
Abraços
Que blog gostoso, bonito. Li pelo menos umas 4 ppostagens, muitas variações poéticas, sempre intensas e bem escritas, além de citações de outros excelentes. Vim retribuir a visita e volto feliz. E você, volte sempre ao meu blog, é um prazer. Também sigo você. Beijossss
ResponderExcluirCarlos ,
ExcluirAgradeço suas palavras e a visita .
Sempre bom conhecermos pessoas que comungam dos mesmos interesses .
Que continuemos partilhando o que nos alegra a alma .
Beijos
Marisa, que beleza de poema! lirismo extremo, uma exquisita perola en medio do mar tempestuoso da internet!
ResponderExcluirGrande abraco, querida ೋღ❤ღೋ
Carolina ,
ExcluirTambém gosto muito do poema .
Obrigada por vir me visitar .
Amigos sempre são queridos por perto .
Beijos
Feliz terça-feira!
ResponderExcluirLindissima postagem,
Bjs
Obrigada , Fernando .
ResponderExcluirBeijos
Nicinha ,
ResponderExcluirÉ tão bom este retorno de pessoas sensíveis como você .
Agradecida .
Beijos
Nossa Marisa, que poema belíssimo, arrepiou todos os pelos. Um bj, foi prazer passar por aqui.
ResponderExcluir=> Gritos da alma
=> Meus contos
=> Só quadras
Nádia ,
ResponderExcluirO poema é realmente muito bonito .
Fico feliz que tenha vindo e gostado .
Beijos