Margareth Fischer
( ...)
" Dói . Dói muito . Dói pelo corpo inteiro .
Principia nas unhas , passa pelos cabelos ,
contagia os ossos , penaliza a memória e
se estende pela altura da pele .
Nada fica sem dor .
Também os olhos , que só armazenam
as imagens do que já fora , doem .
A dor vem de afastadas distâncias ,
sepultados tempos , inconvenientes lugares ,
inseguros futuros .
Não se chora pelo amanhã .
Só se salga a carne morta ."
Bartolomeu Campos de Queirós
in , " Vermelho Amargo "
Som na caixa ...
A dor quanto mais de longe vem, mais parece doer, e essa dor que nos preenche da cabeça aos pés não permite sequer pensar e chorar o amanhã, porque se chora ainda o tempo que morreu, mas que continua a amargar.
ResponderExcluirGostei muito do poema que desconhecia, e a Ana Carolina tem uma voz belíssima.
Perfeito,Marisa!
xx
Laura , me alegra ter gostado . Há pouco tempo li o livro " Vermelho Amargo " , do premiado escritor mineiro , Bartolomeu Campos de Queirós , falecido em janeiro de 2012 , e fiquei fascinada . O livro não é dividido em capítulos , mas sim em parágrafos , que podem ser lidos de forma independente como se fossem poemas .Bom final de semana . Beijos
ResponderExcluirTambém gosto deste mineiro que publicou mais de 40 livros e morreu ainda jovem, não? 69 anos ainda é jovem?
ResponderExcluirEste texto poema é esplendoroso. Tanta sensibilidade dói, como o poema. Desculpe-me se sou repetitivo, mas as tuas escolhas são perfeitas. E para um período tão longo de carnaval como o temos por aqui, não há nada melhor que boas escolhas, boas companhias. A sua e a de Bartolomeu são ótimas.
Agradeço a generosidade do teu olhar pela minha lira. É sempre gratificante para mim saber que a tua sensibilidade passeia por lá.
Um beijo grande,
Sempre vou agradecer a visita de um poeta como
Excluirvocê , neste espaço , José Carlos . Como disse à Laura , fiquei fascinada com o livro " Vermelho Amargo " pela reflexão metafísica acerca do homem, do tempo e da perda / morte ( para mim o grande tema do livro ). O escritor , morto aos 67 anos , ainda moço , é sucinto como os poetas e nos envolve ao longo da leitura . Nestes dias de carnaval , quando estarei longe das lidas trabalhistas , poderei visitar meus amigos blogueiros , com eles aprender e me reabastecer com a beleza que me ofertam , graciosamente . Obrigada . Beijos
Hum! Versos verdadeiramente fortes e profundos a atravessarem o cerne da própria dor.
ResponderExcluirCadinho RoCo
A melancolia que advém do sofrimento da perda está bem colocada pelo escritor , não é mesmo , Cadinho ? Obrigada por vir . Beijos
ExcluirMe senti dilacerado aqui do outro lado também!!!rsrs aquele vermelho vivo do sangue foi a primeira coisa q venho em minha mente.
ResponderExcluirbj
Victor , gostei bastante da sua colocação . O título do livro prenuncia como é amarga a descoberta da vida após a perda materna . Beijos e bom carnaval
ExcluirAinda mais , Victor : apesar da cor vermelha ser associada à paixão , no livro , ela está relacionada à dor da separação pela morte da mãe do menino narrador .
ExcluirOlá, Marisa
ResponderExcluirforte poema...
Boa noite, Obrigado pelo carinho da visita, Feliz Carnaval, beijos!
Agradeço a visita e os votos de feliz carnaval , Felisberto . Beijos
ExcluirRealmente triste relato e pertubador...uma conexao que se afasta do momento presente da alegria e bom humor....grande abraco colega
ResponderExcluirQuerida amiga
ResponderExcluirDores assim,
estão condenadas
e nos condenam também,
a eterna e aflituosa companhia.
Que o amor nos vista a vida.
Obrigada , Aluisio . O amor nos veste a vida , mas é doído , muitas vezes , concorda ? Beijos
ExcluirObrigada , Aluisio . O amor nos veste a vida , mas , muitas vezes , a veste machuca . Beijos
ExcluirRicardo , sempre será avassaladora a dor da perda , mas devemos continuar vivendo da melhor maneira possível , concorda ? Beijos
ResponderExcluirVerdadeiro....
ResponderExcluirBeijo Lisette.
Assim mesmo , Lisette . Beijos e boa semana
ResponderExcluirMarisa uma maravilhosa semana e aproveite bem o feriadão,bjs.
ResponderExcluirhttp://crismandarini.blogspot.com.br/
Agradeço e retribuo seus desejos , Cris . Beijos
ResponderExcluirOI MARISA!
ResponderExcluirCOMO SEMPRE, AMIGA, MAIS UMA BELA ESCOLHA.
UM TEXTO TÃO LINDO QUE DÓI...
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Zilani , quem nunca sentiu a dor da perda , da separação ? A descrição do escritor me parece perfeita , não é ? Obrigada por vir , amiga . Beijos
ResponderExcluirBoa noite, Marisa. Bela demais a poesia, intensa, adorei.
ResponderExcluirO homem carrega consigo as dores da vida, do existir, persistir, tentar entender o que não conseguimos.
A vida é feita da dualidade da alegria e sofrimento.
Temos de lidar muito bem com os dois e pender ao máximo nossos instantes para a felicidade!
Futuro? Tão temido futuro inexistente, um paradoxo.!
Tenha uma semana de paz!
Beijos na alma!
Muito obrigada , Patrícia . Gostei bastante de vê-la por aqui . Beijos
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