Lauri Blanc
" Esse amor
tão violento
tão frágil
tão terno
tão desesperado
Esse amor
belo como o dia
e mau como o tempo
quando há mau tempo
Esse amor tão verdadeiro
tão bonito
tão alegre
tão jovem
e tão insignificante
Trêmulo de medo
como um menino dentro da noite
e tão seguro de si
como um homem sereno
no mais fundo da noite
Esse amor que assustava os outros
que os fazia comentar
e os fazia empalidecer
Este amor vigiado
porque nós o vigiávamos
perseguido ferido espezinhado
consumado negado esquecido
Esse amor íntegro
Ainda tão vivo
E ainda tão resplandecente
É o seu
è o meu
Aquele que foi
sempre novo
e não mudou
tão real como uma planta
tão trêmulo como um pássaro
tão quente tão vivo como o verão
Nós podemos partir e voltar
Nós podemos esquecer
e depois adormecer
acordar sofrer envelhecer
adormecer novamente
sonhar com a morte
e acordar sorrir e rir
e rejuvenescer
Nosso amor continua ali
teimoso como um jumento
Intenso como o desejo
Cruel como a memória
Tolo como o remorso
Terno como a saudade
Frio como o mármore
Belo como o dia
Frágil como uma criança
Ele nos olha a sorrir
e nos fala sem nada dizer
e eu o escuto trêmulo
e grito
grito por você
por mim
Eu suplico
por você por mim por todos que se amam
e que já se amaram
Sim , eu grito ao amor
por você por mim e por todos os outros
os que sequer conheço
Fique aí
aí onde você está
onde estava antes
Fique aí
não se mova
não vá
Nós que somos amados
nós o esquecemos
Não nos esqueça
Só tínhamos você no mundo
Não nos deixe indiferentes
Cada vez mais longe e sempre
e não importa onde
nos dê um sinal de vida
mais tarde no fundo de um bosque
na selva da memória
apareça de repente
nos estenda a mão
e nos salve ."
Jaques Prévert
Poeta e roteirista francês ,
nascido em 1900 e morto em 1977 .
Seus poemas são ricos em efeitos sonoros
e jogos de linguagem .
Seu nome está associado ao simbolismo
e surrealismo na poesia francesa .
Além disso , alguns de seus poemas
foram musicados por Joseph Kosma ,
como a famosa canção
" Les Feuilles Mortes "
Som na caixa ...
Muito lindo,Marisa! beijos, bom restinho de semana,chica
ResponderExcluirBom ter gostado , Chica . Obrigada pela visita . Beijos
ExcluirUm belo hino ao amor, em forma de grito, que mesmo quando acaba e independentemente das suas cores e adjectivações, não morre na nossa memória.
ResponderExcluirPorque só o amor nos salva.
Muito linda esta interpretação d' As Folhas Mortas.
xx
Laura , realmente , o poeta nos mostra o papel redentor que amor tem em nossa vida . Beijos e obrigada.
ExcluirMarisa: conheço muito bem. Época de ouro da cultura francesa; depois a anglo-saxónica tomou as rédeas nos meios de comunicação social.
ResponderExcluirParabéns pela escolha!
BJO :)
Odete , ter sua aprovação faz toda a diferença . Obrigada . Beijos
ExcluirAmopr perseverante, resistente, por isso... eterno amor. Parabéns, Marisa.. bjs
ResponderExcluirCarlos , o amor sempre nos surpreendendo , não é ? Agradeço sua presença . Beijos .
ResponderExcluirBoa tarde, excelente harmonia do amor, este pode e deve sempre surpreender muito pela positiva.
ResponderExcluirAG
Concordo com você , António . Obrigada . Abraços
ExcluirLindo e belo poema e a interpretação do Andrea Bocelli é fabulosa.
ResponderExcluirUm abraço e uma boa semana.
Francisco , fico alegre com sua visita e que tenha gostado do post , Abraços
ExcluirOi Marisa,o que dizer de versos tão lindos,falando sobre o amor.
ResponderExcluirSó posso lhe dizer que o amor é sempre um eterno amor.
bjs e grata pela visita e e cumprimentos.
Carmen Lúcia.
Carmen Lúcia , quem como você pode comemorar 45 anos de casamento repleto de amor , entende bem o que o poeta nos descreve . Obrigada pela visita . Beijos
ResponderExcluirOi Marisa, esse poema é realmente lindo e a música com o Andrea Bocelli combinou perfeitamente!
ResponderExcluirLinda postagem.
Bjs
Agradeço sua aprovação , Cristiane . Beijos
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