terça-feira, 17 de maio de 2011

Poesia , sempre ...



“ Na primeira noite

eles se aproximam

e colhem uma flor

de nosso jardim.

E não dizemos nada .

Na segunda noite ,


Já não se escondem :

pisam as flores ,

matam nosso cão ,

e não dizemos nada .

Até que um dia

o mais frágil deles

entra sozinho em nossa casa ,

rouba-nos a lua e ,

conhecendo nosso medo ,

arranca-nos a voz da garganta .

E porque não dissemos nada ,

Já não podemos dizer nada .”



Eduardo Alves da Costa

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