
“ Na primeira noite
eles se aproximam
e colhem uma flor
de nosso jardim.
E não dizemos nada .
Na segunda noite ,
Já não se escondem :
pisam as flores ,
matam nosso cão ,
e não dizemos nada .
Até que um dia
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa ,
rouba-nos a lua e ,
conhecendo nosso medo ,
arranca-nos a voz da garganta .
E porque não dissemos nada ,
Já não podemos dizer nada .”
Eduardo Alves da Costa
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