terça-feira, 19 de junho de 2012

O ANEL DE VIDRO


 " Aquele pequenino anel que tu me deste,
Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Assim também o eterno amor que prometeste,
Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,

Símbolo da afeição que o tempo aniquilou,
Aquele pequenino anel que tu me deste,
Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…


Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste…
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste…"


Manuel Bandeira

Nenhum comentário:

Postar um comentário