quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O JOGO

 
"  Eu , sabendo que te amo ,
E como as coisas de amor são difíceis ,
Preparo em silêncio  a mesa
do jogo , estendo as peças
sobre o tabuleiro , disponho os lugares
necessários  para  que  tudo
comece :  as cadeiras
uma em frente da outra , embora saiba
que as mãos não se podem tocar ,
e que para além das dificuldades ,
hesitações , recuos
ou avanços possíveis , só os olhos
transportam , talvez , uma hipótese
de entendimento. É  então que chegas ,
e como se um vento do norte
entrasse por uma janela aberta ,
o jogo inteiro voa pelos ares ,
o frio enche-te  os  olhos de lágrimas ,
e empurras-me  para dentro , onde
o fogo consome o que resta
do nosso quebra-cabeças ."
 
Nuno Júdice

4 comentários:

  1. Maravilloso Poema, hace tiempo que no leía una composición que expresara tan bien lo cotidiano. Algo triste, pero tan honesta.
    Saludos estimada amiga.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo com você , Rubén.
      O poema é lindo e melancólico .
      Beijos

      Excluir
  2. Respostas
    1. Gosto muito da escrita do Nuno Júdice , e fico contente que o post tenha lhe agradado , Ricardo .
      Obrigada pela visita , amigo .
      Beijos

      Excluir